Quando somos crianças, costumamos pensar e acreditar que basta realmente desejar algo que aquilo se torna real. Se desejamos muito uma boneca, um carrinho, e formos persistentes com nossos pais e continuarmos desejando até o nosso aniversário, natal, dia das crianças, iremos receber aquilo que tanto desejamos. Crescemos com a idéia de que ao desejar algo, uma mágica poderosa sai de nosso coração e de nossa mente e envolvem aquilo de forma que se torna nossa. Mas, o que acontece quando crescemos e percebemos que é o contrário? Que quando desejamos algo, a mágica que sai de nosso coração e da nossa mente é na verdade uma maldição que afasta tudo que realmente queremos?
Como cancelar o desejo de algo? O desejo é como um cavalo selvagem solto, não é possível controlá-lo, pois ele é forte, e sai correndo descontroladamente ao encontro de seu objetivo. Como fazer com que ele pare sem machucá-lo? Seria possível viver uma vida sem desejos? Sem esperanças? Apenas trancar o coração e os olhos para qualquer vontade? Como um cavalo selvagem, que mesmo sendo indomável ainda precisa existir, o desejo mesmo que seja uma maldição para alguns, precisa ainda existir.
Aquela mulher, que tanto via seus desejos morrerem à frente de seus olhos, precisava decidir se deveria enfrentar novamente seus desejos ou apenas se trancar em si mesma até que o desejo morresse.
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