Para que uma pessoa entenda a dor de outra, é necessário primeiro se esvaziar completamente. Esquecer a própria dor e se tornar um copo vazio, em que é possível preencher com qualquer elemento, com qualquer conteúdo... seja uma bebida leve e doce, seja uma pesada e amarga.
Para compreender a dor de uma pessoa, é necessário estar livre de qualquer pensamento pré estabelecido, de qualquer lembrança da própria vida e apenas mergulhar na imensidão dos sentimentos da outra pessoa. Os sentimentos das pessoas não são iguais, não tem o mesmo tamanho, não tem as mesmas lembranças. Cada dor é única e é necessário coragem para enfrentar uma dor que, na verdade, pertence à outra pessoa.
Cada vez que nos colocamos à disposição para entender a dor de outra pessoa, estamos nos colocando à disposição para sermos um escudo à esta pessoa. Quando compreendemos a dor de uma pessoa, automaticamente carregamos a função de a proteger e cuidar de sua dor, apenas porque não podemos nos calar diante de uma pessoa se afogando num mar escuro e triste. Só a deixaremos morrer, se formos covardes demais para nos arriscar a salvá-la.
Proteger uma pessoa da própria dor não é uma tarefa fácil. Pelo simples fato de que não sabemos nem ao menos nos proteger da nossa própria dor. Mas a recompensa de salvar quem está se afogando na imensidão escura é a maior das dádivas que temos em nossas mãos. E no nosso coração.
"Eles não sabem que eu existo"







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